14 dúvidas sobre a poliomielite

Notícias recentes sobre a vacinação contra a poliomielite mostram uma queda da imunização, preocupando profissionais da área da saúde. Afinal, é uma doença de alta gravidade, que está erradicada no Brasil. Contudo, devido à baixa cobertura vacinal, vem crescendo o alerta em relação à doença, além da necessidade de propagar cada vez mais as campanhas de vacinação.

É muito importante estar com a vacinação em dia para se prevenir contra a poliomielite. Confira algumas dúvidas a respeito dessa doença:

O que é a poliomielite?

A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença altamente infecciosa causada por um vírus que invade o sistema nervoso e pode causar paralisia total em questão de horas.

Como o vírus da pólio é transmitido?

O vírus é transmitido de pessoa a pessoa por via fecal-oral ou, menos frequentemente, por um meio comum (água ou alimentos contaminados, por exemplo) e se multiplica no intestino.

Quem está em maior risco de contrair a pólio?

A poliomielite afeta principalmente crianças menores de cinco anos de idade.

Quando se deve suspeitar que uma criança está apresentando poliomielite paralítica?

Deve-se suspeitar de poliomielite em crianças não vacinadas ou parcialmente vacinadas com sintomas semelhantes aos da gripe (febre, dores musculares, dores de cabeça, falta de apetite) e que parecem estar se recuperando e se sentindo melhor, mas após 2 a 5 dias depois apresentam dor de cabeça, febre, dores musculares intensas, movimentos musculares involuntários e uma sensação de formigamento nas pernas ou braços. Um a dois dias depois, há diminuição da força nas pernas ou braços e dificuldade para andar. A diminuição da força progride rapidamente para a paralisia, que geralmente é desigual entre os membros afetados.

O quão séria é a poliomielite?

A poliomielite pode causar paralisia permanente. Foram descritos casos de indivíduos que se recuperaram totalmente, mas desenvolveram a síndrome pós-pólio entre 15 e 40 anos depois, na qual dores musculares, fraqueza nos membros e novos episódios de paralisia ocorrem. Relata-se que duas a 10 em cada 100 crianças com poliomielite paralítica morrem devido à paralisia que afeta os músculos que as ajudam a respirar.

Como confirmar que a doença é causada pelo poliovírus?

Para identificar o poliovírus, uma amostra de fezes de cada caso provável deve ser analisada em laboratório; a amostra deve ser coletada em até 14 dias a partir do início da paralisia. No laboratório, a essa amostra é inoculada em culturas de células onde o vírus pode infectar e se replicar. Este vírus isolado é posteriormente tipificado por ensaios moleculares e testes de sequenciamento genético.

A poliomielite pode ser confundida com outra doença?

Muitas são as doenças infecciosas e não infecciosas que podem causar paralisia e, portanto, serem confundidas com a poliomielite, entre elas: síndrome de Guillaín-Barré, golpes ou traumas em nervos principais ou da coluna e tumores na coluna vertebral. Os médicos solicitarão vários exames para descartar doenças que podem ser confundidas com a poliomielite.

Como a poliomielite é tratada?

Não existe nenhum antiviral ou outro tipo de medicamento que impeça a progressão da paralisia.

O que posso fazer para prevenir a poliomielite?

A melhor maneira de prevenir a infecção é se vacinar contra a poliomielite. A vacinação se destina a crianças com menos de 5 anos; para que adquiram imunidade contra o poliovírus, é necessário que recebam várias doses da vacina.

Quais são as vacinas usadas contra a pólio?

Dois tipos de vacinas contra a poliomielite são usadas na Região das Américas: a vacina oral atenuada (OPV, por sua sigla em inglês) e a vacina injetável inativada (IPV). A vacina OPV continha os três tipos de poliovírus. Após a declaração de erradicação do poliovírus selvagem tipo 2, em 2016, o sorotipo 2 foi retirado. Apenas a vacina OPV com sorotipos 1 e 3, conhecida como bOPV, foi continuada. Os países estão substituindo gradualmente a vacina bOPV pela vacina IPV.

A vacina contra a poliomielite é segura?

Sim, as vacinas são muito seguras e eficazes para proteger contra a poliomielite.

Quais são os efeitos colaterais da vacina contra a poliomielite?

A maioria das pessoas vacinadas contra a poliomielite não apresenta efeitos colaterais. A vacina, administrada isoladamente, muito raramente causa leve vermelhidão ou inchaço temporário no local da administração. Reações alérgicas associadas a vacinas também foram descritas.

O que são os poliovírus derivados da vacina contra a poliomielite?

A vacina oral da poliomielite contém vírus vivos que foram atenuados para remover a capacidade de produzir paralisia. Em crianças vacinadas com a vacina oral, os vírus atenuados se reproduzem e persistem em seus intestinos por até seis semanas e, então, são excretado no meio ambiente. Esses vírus vacinais podem atingir outras crianças suscetíveis e fornecer proteção – o que é conhecido como imunidade de rebanho. No entanto, em locais onde a cobertura vacinal contra a poliomielite é baixa, esses vírus podem ser transmitidos em muitas ocasiões entre crianças não vacinadas ou parcialmente vacinadas. Em casos muito raros, essas transmissões múltiplas podem fazer com que os vírus sofram mutação ou alterem suas características genéticas, podendo recuperar sua capacidade de produzir paralisia. Isso permite o aparecimento de casos com paralisia derivada da vacina contra a poliomielite.

Em pessoas com certos tipos de deficiências primárias em sua imunidade, que receberam o poliovírus atenuado da vacina oral, existe o risco de que o poliovírus continue a ser excretado por longos períodos de tempo, o que implica que continue se replicando ou se multiplicando nos intestinos. Isso pode causar alterações ou mutações nos vírus. Em ocasiões muito raras, isso permitiu que recuperassem a capacidade de produzir paralisia. Embora não tenham sido identificados casos de poliomielite paralítica secundária em pessoas com imunodeficiências primárias, devido à excreção de poliovírus com mutações genéticas, existe o risco de disseminação em comunidades suscetíveis, o que pode levar a um surto de poliomielite paralisante.

Como a vacina inativada contra a poliomielite contém segmentos de vírus mortos, esses vírus não têm a capacidade de se replicar ou se multiplicar no indivíduo. Portanto, não foi associada a casos de poliomielite paralítica derivados da vacina.

Se a vacina oral da poliomielite continua causando poliomielite paralítica, por que continua sendo usada?

A melhor forma de prevenir a poliomielite é por meio da vacinação. A vacina inativada, embora forneça proteção para quem a recebe, não tem capacidade de reprodução no intestino. Isso evita a obtenção de imunidade intestinal, que é fornecida pela vacina oral atenuada. Essa imunidade intestinal ajuda a prevenir a propagação do poliovírus selvagem. Por outro lado, a reprodução intestinal facilita a imunidade coletiva, que ocorre quando um poliovírus atenuado é transmitido de uma pessoa vacinada para uma pessoa suscetível. Outras vantagens da vacina oral contra a vacina inativada é sua fácil aplicação e baixo custo. Essas prerrogativas levaram à decisão do uso da vacina oral em programas de saúde pública, gerando imunidade populacional e reduzindo a transmissão do poliovírus selvagem em comunidades infectadas.

Fonte: OPAS/OMS

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